quarta-feira, 6 de julho de 2011

“Mais respeito que sou tua mãe, filho de uma puta!”




Ninguém mais sabe o que é “olhar para trás”. Respectus, palavra latina que deu origem à palavra Respeito, significa isso: olhar para trás. Hoje em dia, quase ninguém sabe o que é ou o que isso significa; e, pior, quase ninguém o merece.
Vivemos em um mundo de paixões líquidas, clepsídricas, frágeis, provisórias - já disse Bauman em Modernidade Líquida -, onde respeitar é somente mais uma questão de conveniência... E temporária! Respeitar não é mais uma questão de dever ou de direito... A liberté mal fadada se refugiou no subterrâneo e, de lá, dissimula inverdades que fazem as pessoas acharem que o Respeito é uma negação da liberdade individual. E pode até ser, sabia?
Conheço uma frase do Voltaire que diz: "Aos vivos, deve-se o respeito. Aos mortos, apenas a verdade". O que se pode ler daqui é que Respeito e Verdade foram colocados como opostos, como se “olhar para trás” significasse negar a realidade do que está diante dos olhos. Por isso, segundo o francês doidão, os mortos poderiam “saber” e “ouvir” o que não puderam quando eram vivos.
Respeito seria [ou foi], portanto, uma farsa que nos serve [ou serviu] de consolo. E parece que sequer sabemos consolar” agora, nem aos outros nem a nós mesmos.
Somos nada! Nem a língua nos une mais, nem ela é respeitada... Ouviu, Kafka?
Somos nada. Não sabemos “olhar para trás” nem somos dignos de que o façam por nós. Mas bem que poderíamos reaprender o consolo, não é, mãe? 


P.S.: Essa mãe é você, que pede respeito e chama a si mesma de puta na hora do pedido. Vai entender...

Um comentário:

  1. Obrigado Kamilla por fazer eu ficar sem vergonha e criar um blog ..rs
    se nada de certo a culpa e sua ,quem manda me dar ideias rsr ..

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