sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

          Crônica de Reveillon


 De novo, seremos induzidos à reflexão diante de um espelho sujo pelo tempo; choraremos enquanto admiramos os fogos; abraçaremos quem nos amou e a quem amamos e persistiram em nossas vidas; apertaremos a mão daqueles que nos atrapalharam e daqueles que nunca vimos antes; e recomeçaremos, na tentativa de fazer as coisas melhores, do nosso real e novo jeito, segundo nossas verdades, que, de universais, não tem nada.
Mais uma vez, nos daremos o trabalho de escolher a roupa e o sapato novos, atentando, inclusive, para suas cores. Bateremos a poeira do nosso corpo, agora mais velho, e nos prometeremos a vida, mais uma vez, para o “eterno” que durará 366 dias dessa vez.
E, de novo, recolheremos nossos cacos e trataremos de esconder as mágoas, pesando mais as coisas boas do ano que acaba e jurando levá-las conosco para sempre, até que elas se esvaiam ou que irritem nossos monstros interiores. Mas, sinceramente, não queremos que nada de mal lhes ou nos aconteça.
Aspiramos a ver preservada a tranquilidade de alguns dos nossos dias, a bonança de algumas metas alcançadas e o equilíbrio daquele Amor que sempre quisemos ter e que, sem que esperássemos, da maneira mais surpreendente e na pessoa menos improvável, nos foi dado.
Pela milionésima vez, apontaremos nossa confiança renovada e nossos olhos adiante, enquanto que, em um passado não tão distante, de meses atrás, parecíamos irrenováveis e fragilizados para todo o sempre.
Mas é isso o que o Reveillon tem de bom. O Novo Ano nos serve novas energias, novos sonhos, novos cursos, novas promessas. E, embora ciente de que nem sempre o novo seja bom, eu também, como a maioria das pessoas, busco renovação (RE – NOVA – AÇÃO).