De novo, seremos induzidos à reflexão diante de um espelho sujo pelo tempo; choraremos enquanto admiramos os fogos; abraçaremos quem nos amou e a
quem amamos e persistiram em nossas vidas; apertaremos a mão daqueles que nos atrapalharam e daqueles que
nunca vimos antes; e recomeçaremos, na tentativa de fazer as coisas melhores,
do nosso real e novo jeito, segundo nossas verdades, que, de universais, não
tem nada.
Mais uma vez, nos daremos o
trabalho de escolher a roupa e o sapato novos, atentando, inclusive, para suas
cores. Bateremos a poeira do nosso corpo, agora mais velho, e nos prometeremos
a vida, mais uma vez, para o “eterno” que durará 366 dias dessa vez.
E, de novo, recolheremos nossos
cacos e trataremos de esconder as mágoas, pesando mais as coisas boas do ano
que acaba e jurando levá-las conosco para sempre, até que elas se esvaiam ou
que irritem nossos monstros interiores. Mas, sinceramente, não queremos que
nada de mal lhes ou nos aconteça.
Aspiramos a ver preservada a
tranquilidade de alguns dos nossos dias, a bonança de algumas metas alcançadas e o
equilíbrio daquele Amor que sempre quisemos ter e que, sem que esperássemos, da
maneira mais surpreendente e na pessoa menos improvável, nos foi dado.
Pela milionésima vez,
apontaremos nossa confiança renovada e nossos olhos adiante, enquanto que, em um
passado não tão distante, de meses atrás, parecíamos irrenováveis e
fragilizados para todo o sempre.
Mas é isso o que o Reveillon
tem de bom. O Novo Ano nos serve novas energias, novos sonhos, novos cursos,
novas promessas. E, embora ciente de que nem sempre o novo seja bom, eu também, como a
maioria das pessoas, busco renovação (RE – NOVA – AÇÃO).