quinta-feira, 21 de abril de 2011


"E se um dia ou uma noite..."



"Eu acredito que aquilo que não nos mata nos torna mais... estranhos."
Uma frase certa do arquirrival do Batman. Coringa é um louco, porém sábio.
Os que experimentam de fato certos acontecimentos na vida sabem bem o que é se tornar mais estranho. Eu disse “os que experimentam de fato”. Muitas pessoas julgam ter experiências, mas acredito que estas têm muito mais a ver com marcas pós-acontecimentos, marcas que não nos deixam ser mais os mesmos. Isso tem, eu acho, certa conexão com o “eterno-retorno” a que Nietzsche fez referência (Alguém aí para me confirmar ou corrigir?).
Diz o tal filósofo que as coisas em nossa vida se repetem, justamente porque não conseguimos evitar que as impressões positivas e negativas que tivemos realmente permaneçam no passado. Elas vêm à tona nas novas coisas que nos acontecem e tanto tornam estas sequências possíveis quanto as futuras:
"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: essa vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terá de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida haverão de retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência..." (Aforismo 341 de A Gaia Ciência)
É por isso que eu ando assim hoje: Belicosa! Se não tenho o que atacar, ataco a mim mesma. Talvez seja essa uma tendência natural da humanidade e, pouco a pouco, descubro em mim o humano acre e áspero que eu neguei ou reprimi durante um relevante tempo de sobrevivência.
E ainda uma vez, parece que o ouço dizendo: "You are just a freak, like me..." (CORINGA).

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